quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Índios vão a Brasília protestar contra usina hidrelétrica de Belo Monte

Os índios da região do Xingu temem o impacto ambiental da construção da barragem.

A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu no Pará, motivou mais um protesto nesta terça em Brasília.
A obra vai inundar uma área do tamanho de oito Maracanãs e poderá produzir energia equivalente ao abastecimento, durante um mês, de uma cidade de 17 milhões de habitantes. Os números são gigantescos e a polêmica em torno da obra também.
Índios da região do Xingu foram a Brasília pedir que a usina hidrelétrica de Belo Monte não seja construída.
“Nós estamos defendendo nossa área, não queremos a barragem de Belo Monte lá na área de Altamira”, diz o cacique Ireô Caiapó.
O projeto prevê a construção da hidrelétrica no Rio Xingu próximo a Altamira, no Pará. A usina terá capacidade de gerar 11 mil megawatts de energia, mas a geração média será menor: quatro mil megawatts.
A variação se deve à quantidade de chuva da região. Cerca de 500 quilômetros quadrados de floresta serão inundados para formar o reservatório da usina. A obra é estimada em R$ 25 bilhões.
A usina de Belo Monte vem sendo discutida há 30 anos, sempre com muita polêmica. Para o ministro Edison Lobão, é a melhor alternativa para geração de energia no Brasil.
“Se nós não pudermos construir hidrelétricas, nós vamos ter que construir térmicas poluentes a custos muito mais elevados”, explica.
Ambientalistas temem o impacto que a obra terá para a floresta e para a população.
“Os estudos que fizeram para Belo Monte são fraquinhos em termos de impactos sobre o meio físico e sobre o meio animal e são zero sobre os seres humanos. Tanto os seres humanos locais impactados, como índios e comunidades locais, quanto o problema de levar para lá mais de 100 mil pessoas, que é a consequência de uma obra desse tamanho, com canteiro e tudo isso”, avalia Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra.
Para o professor de engenharia florestal Henrique Leite Chave, Belo Monte combina geração de energia com impacto reduzido.
“Ela concilia os dois aspectos. Porque, de um lado, o custo do megawatt-hora é um dos mais baratos, e ao mesmo tempo a área inundada é muito pequena. Consequentemente, os impactos ambientais gerados também são pequenos”.
A licença definitiva para a construção da usina ainda está em análise pelos técnicos do Ibama, mas o Ibama já concedeu a licença para a construção do canteiro de obras e dos alojamentos dos trabalhadores, o passo inicial do projeto.
Por isso, o Ministério Público Federal do Pará entrou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão imediata da licença. O juiz Ronaldo Desterro, da Justiça Federal, está ouvindo as partes envolvidas e não há um prazo definido para a decisão dele.






Bibliografia: Agência de notícias < http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=553 >
Acessado em: 09 de Fevereiro de 2011

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